domingo, 26 de setembro de 2010

I'm not afraid to love

Eu já concordava com o Bob Esponja em várias coisas: Imaginação resolve tudo, brincar com os amigos é incrivelmente divertido, fazer bolha de sabão é mágico, hambúrguer está entre as melhores coisas do mundo, seu animalzinho de estimação é parte da sua família. Só que... essa frase, uau, Bob, você se superou. Como eu podia não gostar de você quando era criança? Se bem que eu era tão problemática, né? Não faz mal, hoje eu adoro você, Bob. Sério. Você tem razão: Amar é confiar, não é? O Cupido bem disse que não há amor sem confiança. Ele disse.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Who's that girl?

Por favor, vamos parar com isso. Venha. Deite aqui e respire fundo agora. Está mais calma? Por que está tremendo? É frio? É choro? É medo? Não faça isso. Vamos. Abra esses seus olhos. Respire de novo. Não chore, por favor. Cadê aquele seu sorriso? Que fez com ele? Não, não, não. Isso não é desculpa. Essa não é você. Quer um abraço? Quer, não quer? Você gosta de abraços. Parou de chorar? Parou de tremer? Isso, assim está melhor, não está? Deite-se, feche os olhos. Imagine um lugar. Sim, é isso. Apenas esqueça tudo. Essa não é você. Eu te conheço. Eu sei. Dê-me um sorriso. Pode ser fraquinho, eu deixo, mas prometa-me que é de verdade. Você não gosta de mentir, não é? Sim, isso mesmo. Um sorriso! Está se sentindo melhor? Mais um abraço? E um cafuné? Que olhinhos tristes! Que expressão morta! Dê-me sua mão. Aqui, vê? Eu estou aqui. Você está aqui. Há outros e você sabe. Então, por que está fugindo? Que coisa boba. Que medo bobo. Como você é boba. Vamos, quero você como era antigamente. Sinto sua falta. Todos sentem. Claro que sentem! Como não poderiam? Vê? Eles estão ali. Estão olhando por você. Sorria para eles. Acene! Faça isso direito! Bom. Agora, que tal lavar esse rosto? Arrumar essa carinha? Ser aquela de antes? Aquela... você sabe! Você faz falta. E agora, você sabe, não sabe? Claro que sabe. No fundo, você sempre soube. Afinal, eu te contava, não contava? Quando você vinha chorar no meu colo. Acredite, você não está sozinha. Nós estamos aqui. Todos estão. Não tenha medo.
Então, está mais calma?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

30 Letters - Your ex-boyfriend or S[he] be[lie]ve[d].

Sabe-Tudo-Do-Espaço,

A primeira vez que te vi, quando você chegou na escola - um simples aluno novo, daqueles com rostinho tímido, pensei: "Como ele é bonitinho!" ou "Que gracinha!", você era o tipo de cara de quem eu precisava. Quero dizer, um amigo de verdade. Então, ótimo, nos tornamos amigos. E foi aí que eu comecei a te chamar de Sabe-Tudo-Do-Espaço. Porque você amava astronomia e me ensinava tudo. Tudinho. Estrelas? Planetas? Cometas? Galáxias? Você sabia e, uau, eu te admirava muito por saber todas aquelas coisas, mas mais ainda por ter paciência para me ensinar.
Então, chegou o dia em que me apaixonei por você. Um drama. Como eu te contaria isso? Quero dizer, eu te contava tudo, não é? Éramos bons amigos. Grandes amigos, até. Amigos que falavam sobre as estrelas, os planetas, as constelações. Amigos que discutiam video games, que riam por tudo, amigos destinados a se odiarem, por falar nisso. Eu estava desesperada por estar apaixonada, até aquele intervalo:
Você me chamou em um canto, olhou para seus tênis sujos, sorriu sem graça e eu lá, babando quietinha. Você me pediu em namoro. Uau! Uau! Uau! Como a A. conseguiu isso? Finalmente um amor retribuído! Mais: Finalmente um namorado! Óbviamente eu aceitei e então passamos o recreio inteiro tentando bater em um garoto, o Alef - menino baixinho, bem diferente de você, porque ele havia ouvido nossa conversa e queria contar para todo mundo.
Caramba, Sabe-Tudo-Do-Espaço, você quebrou o meu coração, sabia? Bastante. Mas isso já não importa, passou. Passou. Passou. E eu já não ligo. Nem para você, nem para o que fez. Eu aprendi a esquecer o passado, da mesma forma que aprendi como nascem as estrelas.
Porém, você não sabe como doeu saber a verdade, garoto. Como eu chorei a saber que fui usada. Ainda mais para fazer ciúme. Caramba. Só... caramba. Eu gostava mesmo de você, achei que fossemos amigos, mas... era só isso, não é? Eu ainda era a mesma de antes, chata, sem amigos, sozinha, sozinha, sozinha. Por sua culpa, eu voltei a chorar de noite, sabe? Pelo menos, alguém se deu bem nessa história, não é? Ela ficou louca de ciúmes. Você a teve e eu... bom, eu fiquei com as lembranças. Ou melhor: com as ilusões.
Mas quem se importa? Passou. Doeu. Chorei. Gritei. Fiquei sozinha. E você com ela. Típico. Óbvio. Realista. Como eu não fui percerber? Acho que andei demais com a cabeça nas estrelas. Acho que... na verdade, não acho nada. Foi bom para eu aprender. Aprendi a suportar um pouco mais. Então talvez, eu te deva um obrigada. Um simples obrigada. Não por isso, claro, mas por me fazer gostar de astronomia. Fiz amizades verdadeiras por causa disso. E você? Bom, ela terminou contigo, né? E depois, ah, quem se importa?
Você sumiu.
Ainda bem.
Ainda... bem.

Sem [muitos] resentimentos,
A.

PS: Eu dei a volta por cima, sabe? E você?

30 Letters - Someone from your childhood

Ian,
Acho que você seria filho de Poseidon. Quero dizer, eu lembro que você amava o mar, os peixes, a água, tudo. Você queria ser biólogo marinho, não é? Eu lembro. Às vezes fico imaginando se você também lembra - ou melhor, se você ainda pensa em mim. Naquela época, fomos unha e carne, não é? E o tempo em que fomos amigos foi... céus, você sabe. Eu adorava você. Era o melhor amigo do mundo todo.
[...]
Sinto sua falta, amigo. Sinto de verdade. Há umas muitas e muitas vezes em que fico querendo voltar no tempo, ainda brincar com você, ainda ser sua melhor amiga, ainda poder te chamar de 'titio' como meu pai te chamava. Tá, você não gostava, mas era engraçado te ver fazer bico, eu ficava rindo e rindo e rindo. E isso só te irritava mais e mais. Porém, nós nunca brigamos, né? Nunquinha.
[Pensar nisso, ao mesmo tempo que dói, me dá uma sensação boa no peito. Eu ainda te adoro, Ian.]
É só que é estranho, saber que... não somos mais aquelas crianças. Sequer somos amigos. Ou talvez ainda sejamos. Eu dizia que seria sua amiga para sempre, espero não ter mentido. Não apenas para você, mas para mim mesma. Queria poder ver o mar contigo e falar dos peixes e dos barcos. Lembra? Nós fingíamos que sua cama era um barco e então, íamos para todos os lugares da Terra. Eu e você - amigos. Será que você ainda pensa - lembra - dessas coisas todas? Acho que sim, você era um menino legal.
["AAH! Um tubarão!" e "Nade! Nade! Ligue os motores do barco! Ele vai nos pegar! AAAAH!" ou então: "Titio!" e "Não sou titio!" ou "Você viu a cara do Itachi?!" e "Eu gosto do Kisame, já disse!" - Sinto saudades de ser sua amiga.]
Eu ainda sei onde é aquele seu prédio vermelho, perto da minha escola. Ainda penso em você quando vejo a praia de noite: Não foi lá que nós levamos seu cachorro para passear e depois comemos milho? Mesmo eu detestando milho? Caramba, às vezes tenho vontade de te ligar, Ian. Mas o que eu iria dizer? O quê? Quando foi a última vez em que nos falamos? Ano passado? Retrasado? Por telefone? Por uns minutos? Não há mais tempo, titio. Acho que nós dois sabemos.
["Meu chinelo vai cair! Vai cair!" e "Não dá para deixar cair agora, estamos em um teleférico!" e "Ai, meu Deus, aquilo lá é uma cobra?!" e "É claro que não, é um cipó!"]
É, você era o melhor amigo do mundo todo. Estou com uma sensação estranha, não sei se você entenderia. Talvez sim, talvez não. É algo entre uma vontade desgraçada de chorar e uma vontade imensa de sorrir. Eu disse, Ian, que lembrava de tudo.
["Clube dos Macacos? Tem macacos lá?" e "Claro que não, deve ser só o nome." e "Então vamos ficar olhando para as árvores!" e "Oba! Piscina!"]
Eu juro por todas as conchinhas do mar, pelo seu golfinho de pelúcia que não vou esquecer. De nada. Porque, você sabe, eu te adoro. Não importa a distância. Nem o tempo. Nem mais nada.
["Me diz uma palavra que comece com 'c' e termine com 'u'!" e "Eeeer...." e "Sua pevertida! Céu!"]
Eu lembro de todas as nossas aventuras. Mais do que isso: eu lembro de você.
Pelos velhos tempos, titio,
A.
PS: Obrigada por tudo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dear diary, you'll never believe what happened to me today!


Querido diário,
Ele me olhou nos olhos, sabe? E meu coração fez um som engraçado, como se estivesse cantando. Acho que nunca fiquei com tanta vergonha quanto naquela hora, o sangue foi direto para o meu rosto. Aposto que ele sabe a verdade. Quero dizer, que eu gosto...Tá, que eu adoro ele. Porque meu coração bateu tão alto que todo o mundo deve ter ouvido, isso tudo só porque os olhos dele ficaram grudadinhos nos meus. E, poxa, eu não sabia que o tempo podia passar mais devagar. Foi bom.
Querido diário,
Ele abraçou uma menina hoje. Ele sempre faz isso. Abraça todas as meninas e sempre, sempre me ignora. Acho que o irrito. Lembra do meu coração palpitando? Tá doendo. Meus olhos ardem e eu sinto ciúmes do que nem é meu. Será que eu estou ficando doente? Eu pedi um abraço e por um momentinho só os dedos dele correram pelas minhas costas. Ele perguntou porque eu estava triste, mesmo não acreditando.
[Como poderia? Eu sempre fico sorrindo quando estou abraçada a ele!]
Eu menti qualquer coisa. Ele franziu o rosto como se me achasse louca. E foi isso.
Meu coração fica batendo fraquinho, fraquinho. Acho que odeio cada uma daquelas outras garotas.