terça-feira, 29 de junho de 2010

The party just began, guys!

Era para ter sido apenas uma ida ao teatro com as meninas, era para ter sido uma noite normal entre elas, com seus vestidos até o joelho e os saltos altos que ela queria muito jogar longe. Definitivamente, camisas sociais, deuses gregos cheios de hormônios e – principalmente! – uma festa não estavam incluídos. [Ainda mais uma festa com vinho.]
Então, lembrar-se-ia de chutar Apolo e Amanda por aquelas idéias de última hora, de gritar muito com Hermes e Raiza por estarem certos quando disseram que ela nunca, nunquinha poderia subir em um ônibus tão tarde da noite e sair viva. [Ainda mais de salto alto.] E mais do que isso, ela tinha que se lembrar de odiar Dionísio por ter olhos tão cativantes e um sorriso tão lindo. [E por beijar tão bem!]
“Que seja, então, suas pragas.”

~*~

“Nanne, não é que você precise se embebedar... Longe disso, mas porquê ignorar o Dio? Ele vai cortar os pulsos daqui a pouco...”
“Para ele não me agarrar. Ele deve estar... Sei lá, mano, na décima terceira taça de vinho.” – Ela respondeu para uma Amanda que antes estava descaradamente se agarrando com Apolo, enquanto uma Raiza, em algum lugar, gritava para Hermes que uma ida ao banheiro não era viagem nenhuma, portanto, ele não precisava acompanhá-la.
“Poxa, fala lá com ele, vai? A Saki concordaria comigo!”
“Mas...”
“NANNE, VAI FALAR COM O DIO AGORA E...HERMES. SAI DAQUI.”
“Tá, né.”


~*~

Ela nem precisou beber nada, havia nos lábios dele vinho para toda uma vida e naqueles olhos, um brilho não pervertido, mas malicioso e, por Zeus, sensual. Pena, para o deus, que Fernanda ainda estivesse sóbria o suficiente - mesmo após tantos beijos - para estapeá-lo em meio a risos altos quando uma mão desceu mais do que devia.
Antes, talvez, ela ficasse com medo daquele olhar intenso, mas havia naquilo tudo, um sentimento que vinha à tona depois de alguns goles de vinho e beijos. E já não havia qualquer dúvida quando os braços dele envolviam sua cintura e a voz rouca dele lhe invadia os ouvidos:
“Eu amo você.”
[Ela o amava também, mas era muito para uma noite só e havia aquela certeza de que se o admitisse agora, acordaria no Olimpo e não haveria quem levasse aquelas outras duas para casa quando aqueles outros deuses e seus hormônios fora de hora acabassem passando dos limites.]

Nanne bêbada com beijos, comofas?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

About a god that doesn't know how to date a girl.

Tênis de corrida sujos de lama, uma mochila estampada com a bandeira do Brasil, um boné do Mário e a paciência indo para o espaço.
“Está chovendo.” – Disse o deus, que naquela hora nem era deus, era só mais um cara com quem esbarrara no ônibus Minas Gerais – Rio de Janeiro e era só mais um motivo para fazê-la gritar, chamar a polícia, querer morrer. [E aquelas duas vadias da Mandie e da Nanne nem mostravam as caras na rodoviária!]
“Jura?” – Rosnou em resposta, molhada. E não era a primeira vez que quisera mandá-lo para o inferno, aquele sujeito não parara de importuná-la desde que se sentara ao seu lado. [E lá se fora sua chance de ouvir Panic At The Disco para fazer inveja na Mandie!]
“Esse seu mau humor poderia te matar, não é bom desrespeitar um deus.”
“Para começo de conversa, o tal deus está fazendo por merecer. Desde que eu sentei no ônibus, o senhor não parou de falar um instante, foi incapaz de me deixar dormir – sendo que eu acordei muito, muito cedo! – e sequer teve a noção de notar que estava me incomodando com esse seu jeito de bom moço. Aliás, está todo mundo olhando...! Sai já daqui!”
Ele sorriu para ela. Ela sorriu sem vontade, aqueles sorrisos afetados, cheios de raiva. [Opa, alguém ali precisava dormir.] Porém ele não se abalou, nem engoliu em seco como os outros caras, nem piscou e talvez, aquela paciência toda dele fosse ainda mais irritante, por mais que ela admitisse que daria uma chance se tivesse dormido mais de dois minutos. Ele era gato. Insuportável, mas gato.
“É que eu sou o deus dos viajantes, meu bem, tenho que cuidar para que você não morra em sua primeira viagem ao Rio de Janeiro!”
“Pouco me importa, Hermes, vá ajudar os mexicanos a pular o muro da fronteira com os EUA.” – A voz um pouco mais alta que o normal. O sorriso dele imóvel. Os olhos fixos uns nos outros. Ele se aproxima e...
“SAKI! SAKIII! AQUI, AQUI!” – Gritaram duas garotas que devem ter sido amaldiçoadas por Hermes e ela, Raiza, sorriu aliviada, fugindo para elas, fugindo dele.
“Espera!”
“Que é?” – Ela nem se virou.
“Se eu esperar você dormir e esse seu mau humor passar...Posso te levar para sair?”
“Só se eu nunca mais esbarrar com você em um ônibus.”
E dos gritos dela na rodoviária e dos sorrisos dele apenas para ela, vieram encontros, beijos, brigas e um sentimento bobo, bobo, bobo. De primeira viagem.
[Aliás, quem é que não se importa com a intervenção divina de vez em quando?]

Porque agora somos tão chiques que até os deuses nos querem.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

He could be the one


Uma das mãos dele em minha cintura...
A minha respiração acelerada...
O sol iluminando o sorriso dele...
Meus olhos muito bem fechados...
Ele se aproxima...
Eu fico vermelha...
Nossos dedos se entrelam devagar...
Ele vai me beijar.
Ele vai me beijar.
Ele vai me beijar.
Eu vou beijá-lo.
Eu vou beijá-lo.
Eu vou beijá-lo.
Eu definitivamente vou beijá-lo.
Ele se abaixa...
Nossas repirações, tão próximas...
Quase lá...!
Os nossos lábios se roçando...
[...]
Então, eu acordo. Tudo não passou de um sonho.
Desligo o celular, levanto, vou para o banheiro.
Estou vermelha, vejo no espelho.
E estou feliz.
Estou apaixonada.

sábado, 12 de junho de 2010

Happy Valetine's day, silly girl.

E estou aqui, olhando meu celular sem bateria, ouvindo Linkin Park no último volume, sentindo-me ridícula em meu pijama velho e com o casaco da minha melhor amiga, o cabelo de qualquer jeito, o rosto tal e qual o de um trasgo, esperando tolamente que ele me ligue. Sendo que ele não tem meu telefone. Sendo que ele agora está distante. Sendo que ele não deve estar pensando em mim como estou pensando nele, fielmente como aquelas esposas bananas de séculos atrás.
Cacete, eu nunca, nunquinha me importei com o dia dos namorados. É, que seja, eu me sentia muito mal quando via aqueles casais bizarros que andam como se fossem uma pessoa só na rua, mas superava numa boa, sem cicatrizes, sem traumas. Até me apaixonar, aí, né...Fudeu com tudo.
Porra, seu cupido filho duma puta mal amada. [Desculpe, Afrodite. Mas você é uma cachorra e aquela paixão toda dos homens por você era puro tesão.] Custava me fazer amar quem me ama? Custava? Custava atirar essa sua flecha de merda nele também? Valeu, só para saber.
Aí eu fico aqui, pensando em como seria se eu não estivesse passando o Dia dos Namorados sozinha, com aquele cara lá, aquele que eu gosto, sabe? Se ele não tivesse feito a merda toda de não me amar. Aquele pateta, desgraçado, tão absurdamente...Argh. [E eu falo isso tudo com todos os nossos momentos passando pela minha cabeça. Ao som de Linkin Park. DE LINKIN PARK!]
Pelo menos eu posso fingir que não ligo e correr para a escuridão segura do meu quarto, imaginando que ele está realmente pensando em mim. Só por uns instantes. E então, me esforçar para não cometer aquele ato de loucura. Chorar por homem. O que é uma merda bem difícil de não se cometer. [Cacete, eu amo ele. Olha só a merda em que você me meteu, Eros!]
E eu estou aqui, na pior das aparências, querendo que ele apareça por milagre na minha porta, se ajoelhe e diga que me ama. Nem precisa ter nada nas mãos, me basta um sorriso verdadeiro.
[Hahaha, acorda para a vida, garota, você não está no País das Maravilhas.]

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Jealousy


Apolo fechou seus olhos, tão azuis quanto o céu e agora chuvosos, contendo talvez um choro ou um grito de dor que jamais escaparia, incomodando o peito como uma flecha dourada.
[Pertencente ao cupido.]
E com os dedos como os de um devoto amante, acariciou as folhas do loureiro que eram também os cabelos de Dafne, os lábios apertados, os olhos escondendo um sofrimento já antigo e a pele se arrepiando com os lábios de Eros próximos a seu ouvido, sussurrando veneno bem-vindo, queimando memórias como folhas caídas.
[De loureiro.]
“Nunca se perguntou o porquê do deus mais belo nunca ter um ‘felizes para sempre’, Apolo?” – Ele disse, com os braços envolvendo os ombros do deus e com os lábios quase se encostando a sua pele quente.
“Mais vezes do que posso contar, Eros.” – Uma folha caiu. – Ó, Dafne, por que choras? – E uma lágrima rolou. – “Talvez você, como deus do amor, possa me responder.”
“Oras, mas é claro que eu poderia...!” – Sorriu, inclinou-se para frente, olhou no fundo os olhos de Apolo, que era como uma luz fosca ou uma chama lutando para continuar acesa. – “Seria um prazer aliviar esse seu sofrimento, sabe? Com umas respostas.”
[E com meu corpo.]
“Diga-me, então, Eros. Por quê? Por que todo esse sofrimento? Não era o amor o sentimento mais belo?”
“Porque, obviamente, eu já estou há muito apaixonado por você. E seria muita falta de amor próprio deixar que você seja amado por outro que não eu, não?” – E o beijou, beijou como Dafne o beijaria se o amasse, beijou como beijariam Cassandra, Jacinto, Ciparisso, Quione, Corônis, Marpessa, Cirene, Dríope, Urânia, Manto, Tália e Hécuba, se tivesse permitido que todos tivessem tido um final feliz.
[Com amor de verdade.]
Porque eram todos como Hera, todos os deuses muito ciumentos e muitos frios tratando-se de conseguir o que se queriam e agora, Eros conseguira os lábios de Apolo, não para um felizes para sempre, mas se Ananke permitisse, pelo menos para sempre.
[Ou não.]


-

(
Nota da Saki: É MINHA, OK? *apanha*)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"If I can wish for one thing..."


Aquele dia tonou-se nublado e não havia sol em qualquer lugar, aos poucos, das nuvens caiu a mais triste das chuvas, um pranto dos deuses pela morte de um e pela dor de outro.
E Apolo sujou-se de sangue quando chorou abraçado ao corpo de Jacinto, porque nada do que fazia trazia a vida de volta aos olhos dele e a sua pele rósea era fria e cinza de encontro ao seu corpo trêmulo.
Talvez agora ele, que sempre fora imortal, soubesse o que era morrer, pois algo dentro de seu peito havia quebrado e seus cacos o faziam sangrar, mal podia respirar, sem forças para culpar o vento Zéfiro e sem querer aceitar, chorava cada vez mais, afogando a terra em dor e saudades do que não se pode ter por tempo suficiente.
Então deitou-se sobre seu menino e beijou-lhe os lábios pálidos, gélidos e mortos com culpa, detestando aquele sabor de morte. E do sangue de Jacinto e das lágrimas de Apolo, brotaram flores que lamentavam. E pelos gritos do deus, parecia aos mortais que agora todos os dias seriam noites de eclipse, sempre sofridas e sempre sem música. Porque sua própria eternidade assim seria, marcada como eram as pétalas de Jacinto.

[Créditos para Hiei-and-shino pelo final, porque ela é foda e minha diva.]

terça-feira, 8 de junho de 2010

Because we're hot!


[Senti falta de dizer o quanto elas são importantes para mim.]

domingo, 6 de junho de 2010

I won't let you fall, so don't worry.

Escuta, Miss Karamelle, eu não quero nem saber se é um trio, entende? Porque essa história é a maior roubada, colega, só para enganar trouxa e deixar os outros se mordendo de inveja, somos três, mas você está ali, sempre, sempre e sempre, implícita e eterna, além de cada vez mais especial. Porque você é doce demais, mas é aquele doce que se esconde por trás do azedo e conforta nas horas boas e ruins, então não há enjoo, porque açúcar nunca é demais para quem sabe apreciar. E nós não apenas apreciamos você, nós a amamos. Então, para de frescura, respira fundo e vem para cá, o título é 'Três Mosqueteiros' mas sempre foram quatro. [Você não está sozinha.]

~*~
"Então, o que eu levo para a Mandie e para as outras? Água do Nilo, areia ou um pedaço roubado de uma Pirâmide?"
"Isso tudo não seria roubo?"
"Claro que não, bobinho! É empréstimo sem conscentimento!"
Ele se abaixou, olhando para o grupo de turistas americanos que estavam acompanhando. Não que Ludwig estivesse preocupado em se perder deles no momento que virassem atrás da pirâmide, mas ele realmente adoraria se perder no Egito ao lado de sua doce Luiza sem ninguém para perturbar - que se dane se a voz dela está sempre no volume máximo, ainda era maravilhosa demais aos seus ouvidos. E mais incrível ainda era poder estar ali, cercado de sol e areia em variados tons de caramelo ao lado dela, sabendo que a estava fazendo feliz apesar do calor infernal. [E daí? Ele ia até o Inferno por ela mesmo.]
"Karamelle, melhor irmos andando..."
"Relaxa, Lud, está no meu sangue, eu sei andar por aqui...!"
"Mas nós vamos mesmo nos perder e..." - Ela segurou o braço dele com força e ele se esforçou para não corar, qualquer coisa, diria que era o sol. - "Que foi?"
"Será que não dá mesmo para você ficar só um pouco perdido aqui comigo?" - E foi só aí que ele lembrou de agarrá-la. Os turistas americanos já tinham desaparecido mesmo...
[Eles nem se lembram como conseguiram voltar à Alemanha, mas puderam se gabar de ter tido a Lua de Mel mais quente de todo o trio. Ou melhor, quarteto.]

Music isn't my life, dear. Music is more than anything, music is real, music is everything I want.

Ela respira fundo, meio satisfeita e meio ansiosa, abre a página do Youtube e pensa por alguns segundos dependendo do dia, então ela fecha a porta do quarto e as cortinas e liga o som do computador no máximo e é aí que há aquela força que a faz se soltar, porque não há ninguém olhando e aquele sentimento de eterna perfeição não a preocupa mais. E essa força é a música e sua batida, entrando por seus ouvidos e percorrendo todo o seu corpo, fazendo-a dançar pelo quarto, até mesmo com os braços para o alto, sorrindo para si mesma e se sentindo a melhor do mundo. É assim com qualquer música que ela goste, o coração se enche de qualquer coisa boa e aos poucos transborda e tudo, tudo mesmo está agora no ar, escapando enquanto ela dança, dança, dança. Ah, cara, deixem-na ser ela mesma só nesses momentos...!


~ * ~


Aquela sou eu - quero dizer, a garota dançando pelo quarto. Claro que não é exatamente daquela forma, a sensação de liberdade é muito maior e me consome de tal forma que às vezes, ouço-me rir sozinha, de olhos fechados. (O que me leva a ser flagrada por meus pais muitas e muitas vezes.)
Mas é que é tão absurdamente bom..! Sério, é quase tão bom quanto chocolate, mas todos sabemos que chocolate é um elixir dos deuses que acabou na terra por engano e que apenas alguns merecedores puros de coração deveriam poder saboreá-lo. Enfim, chocolate não é o ponto de hoje, prometo aos chocólatras de plantão que um dia faço um post sobre as dádivas do chocolate.
A verdade é que dançar, sem ninguém para criticar, dançar só por dançar e para se sentir livre, quase como que voando, é muito bom. Sei lá, a sensação de liberdade é meio...Indescritível. Ainda falta para eu sair pelo mundo, sem meus pais e sem ninguém, mas só poder me sentir tão feliz sem precisar entrar no mundo das drogas ou qualquer coisa radical assim, está de bom tamanho para mim. (Até porque, é maravilhoso não precisar ouvir as críticas de ninguém só por um tempinho de nada.)
E, sinto muito, mas tudo isso é culpa da Skye Sweetnam, o mais próximo que eu tenho de uma ídola. [Depois de, talvez, a Srta Abracadabra T.]



~ * ~

"Hello
the beat says hello
He knows I'm gonna follow
My headphones are on-a
His low wind is thumpin'
Just me and him bumpin'
The walls they are watchin'
I'm turing red blushin'
You know that

I don't need no silly boys
I just need my boyfriend
I don't need no silly boys
I just need my boyfriend
Don't you know
Don't you know that

My boyfriend is bang, the boom, the beat
He's beatin' down the door to get to me
Yeah music is the shock, the shake, the shit
The needle in the groove, the grind, the grit
My boyfriend is music."
(Music Is My Boyfriend; Skye Sweetnam)

sábado, 5 de junho de 2010

(Me and You) Setting in our honeymoon

“Vamos, Yao, já cansou?” – Fernanda, aquela mesma Fernanda com a qual Yao casara alguns dias atrás, perguntou com aquele forte ar de riso e colocou as mãos na cintura – mania esta que roubara de Amanda, amiga dos tempos em que ainda dava aula em um cursinho.
“É que nesse tempo todo que estamos em Lua de Mel em Roma, só vejo você gritar sobre os Itálias e sobre o Império Romano e...Ah, Nanne, eu preferia passar esse tempo todo com você lá na China, aru. Na minha terra, aru!”
“Nós sempre vamos para a China, Yao. Vir para Roma é uma oportunidade única, entende? Por que esse desânimo todo?” – Yao se aproximou, a expessão irritada enquanto entrelaçava seus dedos – com bastante força – aos dela.
“Eu queria ver o sol com você, aru. Com toda a sua atenção só para mim, aru.”
E ela fingiu que não ficou vermelha, desviando o rosto para uma das fontes (Como era linda a Fontana di Trevi!) e passando o polegar pela pele macia de seu marido. (Era tão bom se referir à ele como marido!)
“M-Mas Yao, o sol é o mesmo em qualquer lugar, assim como o meu amor por você. A única diferença é que aqui nós vamos ver o sol junto à massas e vinhos!”
Já ele, riu só um pouquinho enquanto a abraçava com
força, escondendo-a talvez dos olhos daquela estátua esculpida ali.


“Luuudwig, eu ainda não tirei uma foto com os guardas reais para a Mandie!” – Apesar disso, ela ainda corria atrás dele, com uma das mãos tentando segurá-lo e com a outra segurando a máquina fotográfica que ganhara de presente de Fernanda. – “Vamos voltar, rapidinho, por favor!”
“Depois, Raiza.” – Ops, ele não costumava chamá-la assim. – “Quando eu concordei em passar nossa Lua de Mel em Londres, mais longe do que eu gostaria da Alemanha, eu não estava pensando em passar dias ouvindo esses ingleses fedidos falando do quanto você é linda.”
Ela se forçou a segurar o riso ao ver as bochechas dele coradas, achando todo aquele ciúme muito exagerado, ela já ouvira coisas piores nas ruas do Brasil.
(E outras ainda mais exageradas nas ruas da própria Alemanha.)
“Grande coisa, né? Todo mundo sabe que eu sou só sua depois do décimo terceiro ataque de ciúmes que você teve naquele café lá atrás.”
Ele corou só um pouco mais e ela mordeu os lábios – inchados depois de tantos beijos – para não rir. Muito.
“Mas você sabe, não é?”
“O quê?”
“Que só me sinto assim porque a amo, não é, prinzessin?”
“Claro, bobo! Ich liebe dich.” – E ambos sorriram e se beijaram com o Big Ben atrás, ressoando.


“O que leva uma pessoa a querer passar a Lua de Mel na... Rússia?” – Gilbert quase rosnou e bateu os pés, arrastando-os pela neve atrás daquela baixinha na sua frente.
“Foi uma estratégia. Achei que você, como grande estrategista, deveria saber. Com tanta neve, teremos mais tempo para turismo e menos tempo para você me agarrar!”
Resmungou alguma coisa de muito baixo calão em sua língua natal e cruzou os braços, olhando para os lados e muito mais vezes para ela, rezando para que nada lhe acontecesse enquanto saltitava pelas ruas de Moscou.
“Que paranóia é essa, Gilbo?”
“Vai que aquele lá aparece e te seqüestra?” – Ele correu e agarrou-a pela cintura, mantendo-a perto de seu corpo. – “Eu não agüentaria perder você depois de finalmente criar coragem para me amarrar.”
“Como eu disse, paranóia...!” – Ela sussurrou, fechando os olhos enquanto os lábios dele passavam por sua bochecha. – “Eu sei que você iria me salvar, né, meu príncipe?”
E eles riram, com a neve caindo sobre eles, mas sem impedir um beijo.