quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Chat Pub

Aconteceu muita coisa desde a última vez que apareci por aqui. As Coreias estão em uma situação para lá de tensa, o Rio de Janeiro praticamente entrou em guerra, minhas notas na escola - mais vermelhas que minhas unhas - me deixaram de Prova Final, viajei para São Paulo e fiz umas comprinhas legais apesar de não ter conseguido ver uma das minhas melhores amigas pessoalmente, comecei a ler um novo livro, viciei-me em angeologia e demonologia e a tintura do meu cabelo desbotou. Fico pensando se não deveria escrever sobre alguma dessas coisas por aqui.
Porém as Coreias e o Rio não abordam nada do que já escrevi por aqui e minha vontade de inovar esse blog depressivo é nula. Escrever sobre meus problemas de notas na escola? Sinto muito, estou tentando esquecê-los - até porque tenho mais vergonha das minhas notas em química e em matemática do que de todos os micos que já paguei. Angeologia e Demonologia? Existem sites para isso, poxa, não me façam escrever tudo aqui. [Peçam os links, se quiserem!] E é claro, escrever sobre não ter conseguido ver a Nanne me deixará triste e acredito eu que ninguém quer ler sobre como meu cabelo ficou estranho com a tinta desbotada.
Então, será que posso ser aleatória como normalmente? Acho que quem me segue por aqui sabe que costumo ser assim meio sem assunto e avoada. Será que é por isso que na minha camiseta da escola escreveram tanto para eu ter juízo? Eu até me senti meio mal por deixar meus amigos preocupados com essa minha distração toda, na verdade. Mas prometi para todos eles que eu ia me cuidar, não dá para viver no mundo da lua vinte e quatro horas por dia por mais que me seja tentador. [Eu gostumava deixar para viajar durante as aulas, mas vocês já sabem no que deu!]
Esqueci de dizer que comprei um caderno do Livro da Tribo! Tudo bem, na verdade minha mãe comprou para mim. Eu nunca tinha ouvido falar desse tal Livro da Tribo, foi meu professor de Português quem me deu uma luz. Na verdade, eu - minha mãe - tinha comprado apenas por causa das páginas, em cada uma delas há uma frase de um poeta ou escritor, então achei a minha cara. Passei a usá-lo como um caderno literário ou algo assim, tem até mesmo um poema meu lá. Quem me conhece sabe que eu tenho pavor de escrever poemas porque todos ficam uma droga, mas mesmo assim três pessoas disseram que ficou muito bom. Na verdade, apesar de negar, eu adoro elogios. Acho que todas as pessoas gostam de serem elogiadas. Fiquei feliz mesmo, são coisas bobinhas assim que fazem o dia parecer melhor.
Comecei a ler um livro do qual nunca tinha ouvido falar também. "A Mão Esquerda de Deus", mas acreditem se quiserem, ainda estou na página 104. Não é que seja chato, nem nada, mas eu estava ocupada vendo os DVDs de animes que comprei lá na Liberdade em São Paulo. Tem Kuroshitsuji II e Final Fantasy VII, o de Final Fantasy eu já tinha visto, mas desde Domingo revi Kuroshitsuji II umas três vezes.
Notem, por favor, o quanto a autora do blog está sem assunto. Sendo bem sincera, estou é tirando a poeira do blog. Quando foi a última vez que eu postei alguma coisa aqui? Um segundo, vou abrir uma outra janela e olhar. Dia 05 de Novembro. Enfim. Ah, não sei mais o que falar. Agora eu estou no Twitter sem ter o que fazer e sentindo o cheiro bom de comida que está vindo da cozinha, acho que estou ficando com fome apesar de ainda ser onze da manhã. Vou lar conseguir umas batatas fritas e desculpe se alguém por aí ficou na vontade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

What if...?


I'm not good with words, sorry.

"Livros e solidão: eis o meu elemento."
Sou obrigada a concordar com Benjamin Franklin, claro. Sinto-me deveras orgulhosa de me identificar com aqueles homens considerados gênios e coisas do tipo, embora eu e Franklin só tenhamos em comum essa mesma ideia dos livros - minha relação com a eletricidade se resume a acender a luz ou a ligar algum aparelho.
Porém, em minha vaga interpretação, acredito ter mais em comum com ele do que pensava. Quero dizer: livros e solidão, solidão e livros. Não é isso que eu tenho sido desde... sempre? Por mais que seja para mim impossível estar sozinha em meio aos livros? Desculpe-me, caro leitor, mas tenho o estranho costume de me tornar íntima das personagens sobre as quais leio. É excêntrico, mas funciona para mim. Amo cada amigo meu como se ele fosse único, mas aquele contentamento de abrir um livro, virar suas págimas e deixar o autor lhe pegar pela mão e apresentá-lo a qualquer coisa que ele queira é tão, tão especial quanto um abraço apertado em uma segunda-feira tediosa.
Gosto de pensar que para cada livro que leio, faço um novo amigo. Porque, para tímidas leitoras vorazes como eu, talvez seja essa a sensação. Você não o conhece e há certa relutância, mas sabe que precisa dizer 'olá'. Aos poucos - para alguns durante umas semanas ou meses e para outros um dia ou dois - se ganha intimidade e certo apego, começa uma amizadezinha que através daquele diálogo entre livro e leitor torna-se um relacionamento profundo. Cada livros que lemos, nos marca, basta que você dê a chance. Cada livro pode se tornar um amigo, basta querê-lo.
Eu também poderia dizer que ler um livro é como beijar. Um olhar, uma química, uns batimentos cardíacos. Será que você consegue me descrever um beijo? Não um beijo que é só mais um entre tantos, isso qualquer um faz. Será que você consegue me descrever um beijo de verdade, daqueles de filmes? Com tanto sentimento que até parece exagerado? Não que realmente seja tão exagerado assim, quem já passou por isso sabe. É uma sensação que não se descreve, óbvio. Se conhece.
Acho que entregar-se a um livro é como beijar uma pessoa que você ama: é algo só entre vocês, que não se explica não por falta de palavras, mas porque existem coisas que não precisam delas. Não é pelo olhar que se vê a alma? Não é pelo sorriso? Não se descreve a sensação de ter um livro nas mãos, cabeça ou alma, se tem e ponto.
Talvez eu não esteja falando coisa com coisa. Não seria a primeira vez, é claro e não será a última, posso garantir. Acho que não consigo explicar. É mais que fazer um amigo para toda uma vida, é mais que um beijo cheio de amor, é mais do que muita coisa que se vê por aí. Às vezes acho que ler um livro é mergulhar no fundo de mim mesma e me deixar afogar.
Não. Não. Não! Passei linhas e linhas dizendo que não se descreve a sensação de ler e cá estou, forçando-me a descrevê-la. É tão especial quanto enrolar-se em um cobertor e ouvir a chuva lá fora ou ficar entre os amigos só falando besteira. Entendo, porém, que nem todos compartilham dessa obsessão literária e até me sinto meio boba, falando dessas coisas para quem talvez nem queira ouvir. Acho que é normal me chamarem de louca, então. Eu até que gosto de monólogos mesmo!
Como foi que Clarice Lispector disse uma vez? "Ter loucura sem ser doida", ou algo do gênero. Talvez seja isso, então: entrar em um livro é loucura. Mas quem disse que isso é ruim?
Uma ou mil possibilidades e um beco sem saída: eis uma porca definição!