sexta-feira, 13 de agosto de 2010

About the art of writing

Ela abre aquele Word antigo e fica olhando a página por segundos que são eras e eras e eras, então digita com violência e ansiedade e mais uma vez castiga o teclado do computador por seus bloqueios criativos, xingando-se por não ter escrito aquela tal históira quando a ideia ainda era fresca na memória, então grita com Deus e o diabo em pensamentos e corre para pegar um livro em seu quarto, um livro da prateleira - porque aqueles livros são os seus preferidos, cujos os autores ela admira tanto que poderia beijar-lhe os pés milhares e milhares de vezes.
Volta para o escritório e estreita os olhos para a tela do computador, as páginas do Word com poucas frases, se não em branco. Ela abre o livro em uma página, vê o modo como o autor escreve, pensa por minutos, horas, milênios, então inspira-se para escrever - não para ela! Mas para os livros, é claro! E escreve e apaga e escreve mais uma vez e apaga tudo de novo. Mas continua escrevendo, por mais que odeie cada letra.
~*~
Definitivamente, não gosto do que escrevo. Na realidade, detesto e talvez eu odeie ainda mais o Word por me encantar com aquela página em branco e ao mesmo tempo sugar todas as minhas ideias para escrever. Não que isso aconteça só comigo, acho que todo escritor deve entender como me sinto. Não que eu seja escritora. Ainda, é claro. Porém sinto-me tão infantilmente bem que quero fazer da escrita, minha vida, meu trabalho. - Infelizmente apenas nas horas vagas, autores desconhecidos e escritores de primeira viagem precisam de outro emprego ou morrem de fome.
Sei lá, ainda posso trabalhar em uma Editora ou ser professora de Literatura. Eu apenas preciso...Ficar perto dos livros. Porque, bom, tirando o Jack e o Cornelius, os livros foram meu primeiro amor e após anos de dúvida, sonhando acordada com meus futuros trabalhos [astronauta, desenhista, professora, modelo, veterinária, maestra, pianista, jornalista...], encontrei-me em nas letras, nas páginas, no grafite da lapiseira, nas teclas de um teclado, nas páginas [em branco] do Word.
Não que eu esteja achando que serei grande coisa, já disse que detesto o que escrevo, que acho que não tenho talento - só escrevo um pouco melhor que uns poucos porque sempre gostei de ler. Porém ensinaram-me que tenho de trabalhar com o que gosto e, bem, eu amo escrever.
Então...Por que não? Tá, existem os bloqueios criativos, existe a falta de dinheiro, de ideias, de talento, de paciência, mas ainda existe o prazer, a paixão, o vício, a vontade, a escolha, a determinação. Eu não desejo ser escritora, eu quero ser escritora. Porém, não apenas digitar umas palavras legais e entregar para uma editora famosa, quero encantar palavras e ser uma verdadeira contadora de histórias. Porque essa sou eu e é isso o que eu amo.

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