quarta-feira, 22 de setembro de 2010

30 Letters - Your ex-boyfriend or S[he] be[lie]ve[d].

Sabe-Tudo-Do-Espaço,

A primeira vez que te vi, quando você chegou na escola - um simples aluno novo, daqueles com rostinho tímido, pensei: "Como ele é bonitinho!" ou "Que gracinha!", você era o tipo de cara de quem eu precisava. Quero dizer, um amigo de verdade. Então, ótimo, nos tornamos amigos. E foi aí que eu comecei a te chamar de Sabe-Tudo-Do-Espaço. Porque você amava astronomia e me ensinava tudo. Tudinho. Estrelas? Planetas? Cometas? Galáxias? Você sabia e, uau, eu te admirava muito por saber todas aquelas coisas, mas mais ainda por ter paciência para me ensinar.
Então, chegou o dia em que me apaixonei por você. Um drama. Como eu te contaria isso? Quero dizer, eu te contava tudo, não é? Éramos bons amigos. Grandes amigos, até. Amigos que falavam sobre as estrelas, os planetas, as constelações. Amigos que discutiam video games, que riam por tudo, amigos destinados a se odiarem, por falar nisso. Eu estava desesperada por estar apaixonada, até aquele intervalo:
Você me chamou em um canto, olhou para seus tênis sujos, sorriu sem graça e eu lá, babando quietinha. Você me pediu em namoro. Uau! Uau! Uau! Como a A. conseguiu isso? Finalmente um amor retribuído! Mais: Finalmente um namorado! Óbviamente eu aceitei e então passamos o recreio inteiro tentando bater em um garoto, o Alef - menino baixinho, bem diferente de você, porque ele havia ouvido nossa conversa e queria contar para todo mundo.
Caramba, Sabe-Tudo-Do-Espaço, você quebrou o meu coração, sabia? Bastante. Mas isso já não importa, passou. Passou. Passou. E eu já não ligo. Nem para você, nem para o que fez. Eu aprendi a esquecer o passado, da mesma forma que aprendi como nascem as estrelas.
Porém, você não sabe como doeu saber a verdade, garoto. Como eu chorei a saber que fui usada. Ainda mais para fazer ciúme. Caramba. Só... caramba. Eu gostava mesmo de você, achei que fossemos amigos, mas... era só isso, não é? Eu ainda era a mesma de antes, chata, sem amigos, sozinha, sozinha, sozinha. Por sua culpa, eu voltei a chorar de noite, sabe? Pelo menos, alguém se deu bem nessa história, não é? Ela ficou louca de ciúmes. Você a teve e eu... bom, eu fiquei com as lembranças. Ou melhor: com as ilusões.
Mas quem se importa? Passou. Doeu. Chorei. Gritei. Fiquei sozinha. E você com ela. Típico. Óbvio. Realista. Como eu não fui percerber? Acho que andei demais com a cabeça nas estrelas. Acho que... na verdade, não acho nada. Foi bom para eu aprender. Aprendi a suportar um pouco mais. Então talvez, eu te deva um obrigada. Um simples obrigada. Não por isso, claro, mas por me fazer gostar de astronomia. Fiz amizades verdadeiras por causa disso. E você? Bom, ela terminou contigo, né? E depois, ah, quem se importa?
Você sumiu.
Ainda bem.
Ainda... bem.

Sem [muitos] resentimentos,
A.

PS: Eu dei a volta por cima, sabe? E você?

1 comentários:

Tangerina disse...

D:


AFF, AMANDA, NÃO É O DIA OFICIAL DE FAZER A MORGANA CHORAR, SABIA?

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