quarta-feira, 9 de junho de 2010

"If I can wish for one thing..."


Aquele dia tonou-se nublado e não havia sol em qualquer lugar, aos poucos, das nuvens caiu a mais triste das chuvas, um pranto dos deuses pela morte de um e pela dor de outro.
E Apolo sujou-se de sangue quando chorou abraçado ao corpo de Jacinto, porque nada do que fazia trazia a vida de volta aos olhos dele e a sua pele rósea era fria e cinza de encontro ao seu corpo trêmulo.
Talvez agora ele, que sempre fora imortal, soubesse o que era morrer, pois algo dentro de seu peito havia quebrado e seus cacos o faziam sangrar, mal podia respirar, sem forças para culpar o vento Zéfiro e sem querer aceitar, chorava cada vez mais, afogando a terra em dor e saudades do que não se pode ter por tempo suficiente.
Então deitou-se sobre seu menino e beijou-lhe os lábios pálidos, gélidos e mortos com culpa, detestando aquele sabor de morte. E do sangue de Jacinto e das lágrimas de Apolo, brotaram flores que lamentavam. E pelos gritos do deus, parecia aos mortais que agora todos os dias seriam noites de eclipse, sempre sofridas e sempre sem música. Porque sua própria eternidade assim seria, marcada como eram as pétalas de Jacinto.

[Créditos para Hiei-and-shino pelo final, porque ela é foda e minha diva.]

1 comentários:

Stefany Monteiro disse...

Porra... Não, porra.
Sei lá o que dizer, só... porra. ♥

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